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Policiais derrubam estrutura com ‘Estrela de Davi’, símbolo utilizado por traficantes do Complexo de Israel
Agentes de segurança fazem operação para demolir ‘resort’ e academia do traficante Peixão. Policiais derrubam estrutura com símbolo utilizado por traficantes no Complexo de Israel
Na manhã desta terça-feira (11), policiais militares derrubaram uma estrutura que ostentava uma Estrela de Davi, símbolo utilizado pelo grupo criminoso comandado pelo traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, um dos chefes do Terceiro Comando Puro (TCP).
Os traficantes que dominam a região elegeram referências bíblicas como seus principais símbolos e usam religião na briga por territórios.
As polícias Civil e Militar fazem uma operação no Complexo de Israel, Zona Norte do Rio, para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao bandido.
Um dos objetivos era demolir o “resort” de luxo do criminoso, construído irregularmente em área de preservação ambiental, com destruição de vegetação nativa e alteração de um curso d’água.
O “Resort Green”, como é chamado, foi demolido com a ajuda de máquinas da PM que são usadas na destruição de construções ilegais. A estrutura contava com piscina, espaço para churrasco e ambientes climatizados.
Os peixes que ornamentavam o lago artificial do espaço de lazer do traficante foram resgatados. Os animais serão levados para um criadouro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Peixão, o traficante ‘evangélico’
Peixão, que atualmente é um dos criminosos mais procurados do estado, nunca chegou a ser preso.
O traficante domina o autointitulado Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, que compreende a Cidade Alta, Parada de Lucas, Vigário Geral, Cinco Bocas e Pica-pau. Símbolos como a Estrela de Davi e a bandeira israelense estão espalhados pelas favelas.
O poderio bélico é outra característica desse conjunto de comunidades do TCP. Os comandados de Peixão têm arsenal e munição suficientes para sustentar horas de confronto .
O império de Peixão começou em meados de 2016, logo após a Olimpíada, quando houve a invasão à Cidade Alta. Os domínios do TCP foram aumentando até que, na pandemia, o Complexo de Israel foi estabelecido — e controlado com mão de ferro.
Peixão, por exemplo, determinou a instalação de câmeras pelas comunidades, mandou construir pontes entre as favelas e teve problemas com uma igreja católica da região que culminaram no fechamento do templo religioso.
Antes de se tornar Peixão, Álvaro era conhecido como Alvinho. Criado pela mãe, umbandista — que recebia santo (o Erê) vestida de branco —, ele comia pipoca e doces de criança na esquina da Avenida Brasil.
Mas ele se tornou evangélico e, na esteira da conversão, veio a intolerância religiosa. Terreiros foram proibidos e imagens de santos, retiradas do Complexo de Israel.
O traficante já foi investigado por ordenar ataques a terreiros de religiões de matriz africana, através da atuação do Bonde de Jesus em Duque de Caxias, onde nasceu. Ele mesmo pregava em uma igreja evangélica no município, como contou o g1 em 2019.
Na manhã desta terça-feira (11), policiais militares derrubaram uma estrutura que ostentava uma Estrela de Davi, símbolo utilizado pelo grupo criminoso comandado pelo traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, um dos chefes do Terceiro Comando Puro (TCP).
Os traficantes que dominam a região elegeram referências bíblicas como seus principais símbolos e usam religião na briga por territórios.
As polícias Civil e Militar fazem uma operação no Complexo de Israel, Zona Norte do Rio, para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao bandido.
Um dos objetivos era demolir o “resort” de luxo do criminoso, construído irregularmente em área de preservação ambiental, com destruição de vegetação nativa e alteração de um curso d’água.
O “Resort Green”, como é chamado, foi demolido com a ajuda de máquinas da PM que são usadas na destruição de construções ilegais. A estrutura contava com piscina, espaço para churrasco e ambientes climatizados.
Os peixes que ornamentavam o lago artificial do espaço de lazer do traficante foram resgatados. Os animais serão levados para um criadouro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Peixão, o traficante ‘evangélico’
Peixão, que atualmente é um dos criminosos mais procurados do estado, nunca chegou a ser preso.
O traficante domina o autointitulado Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, que compreende a Cidade Alta, Parada de Lucas, Vigário Geral, Cinco Bocas e Pica-pau. Símbolos como a Estrela de Davi e a bandeira israelense estão espalhados pelas favelas.
O poderio bélico é outra característica desse conjunto de comunidades do TCP. Os comandados de Peixão têm arsenal e munição suficientes para sustentar horas de confronto .
O império de Peixão começou em meados de 2016, logo após a Olimpíada, quando houve a invasão à Cidade Alta. Os domínios do TCP foram aumentando até que, na pandemia, o Complexo de Israel foi estabelecido — e controlado com mão de ferro.
Peixão, por exemplo, determinou a instalação de câmeras pelas comunidades, mandou construir pontes entre as favelas e teve problemas com uma igreja católica da região que culminaram no fechamento do templo religioso.
Antes de se tornar Peixão, Álvaro era conhecido como Alvinho. Criado pela mãe, umbandista — que recebia santo (o Erê) vestida de branco —, ele comia pipoca e doces de criança na esquina da Avenida Brasil.
Mas ele se tornou evangélico e, na esteira da conversão, veio a intolerância religiosa. Terreiros foram proibidos e imagens de santos, retiradas do Complexo de Israel.
O traficante já foi investigado por ordenar ataques a terreiros de religiões de matriz africana, através da atuação do Bonde de Jesus em Duque de Caxias, onde nasceu. Ele mesmo pregava em uma igreja evangélica no município, como contou o g1 em 2019.