
Mulher mantida em cárcere que fingiu desmaio para pedir socorro foi atendida por médica, que chamou polícia após ouvir a vítima
Ação da profissional levou à prisão em flagrante do suspeito, Anderson Elmatos, ainda no hospital. Defesa dele alega que ‘realidade dos fatos é totalmente diversa da narrativa trazida pela suposta vítima’. Médica chama a polícia após mulher fingir desmaio para pedir socorro
Anderson Elmatos, companheiro da mulher que fingiu passar mal e desmaiar para ser levada a um hospital e conseguir pedir socorro após ser agredida e mantida em cárcere privado por ele, foi preso após a médica que atendeu a vítima chamar a polícia. O caso aconteceu em Pitanga, na região central do Paraná.
Em depoimento, a profissional de saúde relatou à equipe de investigação que a vítima chegou ao hospital no colo do homem, parecendo estar desacordada. Veja no vídeo acima.
“A hora que ele deixou ela na maca e saiu pra fazer a ficha do atendimento, ela virou para mim e pediu ajuda. Aí que a gente deixou ele pra fora e pediu para a recepção deixar ele lá fora. Ela informou que estava sendo violentada em casa. [..] Daí a gente chamou a polícia”, revelou.
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O g1 optou por não revelar a identidade da médica por questões de segurança.
Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, a vítima disse que era agredida e ameaçada pelo homem.
“Toda vez que eu pedia pra separar dele, ele falava: daqui você só sai morta, de mim você não larga. […] Se ele desconfiasse que eu estava pedindo ajuda, ele ia me matar”, revelou a mulher.
RELEMBRE DETALHES: Mulher mantida em cárcere fingiu desmaio para pedir socorro em hospital: ‘Se ele desconfiasse que eu estava pedindo ajuda, ia me matar’
À polícia, a médica disse que viu lesões no corpo da mulher, que contou que uma delas foi causada por um golpe com um relho (chicote de couro que costuma ser usado para bater em cavalos).
“Na escápula [região dos ombros] e no braço que ela tinha sido chicoteada, e até no braço tinha um corte pelo que pegou aquele ferro do chicote”, afirmou.
A profissional também disse à polícia que a vítima admitiu que fingiu passar mal apenas para poder pedir ajuda.
“Ela informou que estava ficando em casa, fechada [trancada]. Ele não deixava ela sair e eles moravam num sítio”, contou.
O advogado Leandro Madureira, que atua na defesa de Anderson, afirma que “a realidade dos fatos é totalmente diversa da narrativa trazida pela suposta vítima”, e que “a verdade será devidamente apontada no decorrer da instrução”.
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Homem foi preso em flagrante
O caso aconteceu no dia 16 de junho. Anderson foi preso em flagrante após a polícia ser acionada pela equipe do hospital, e no dia seguinte teve a prisão convertida em preventiva.
Ele está sendo investigado pelos crimes de cárcere privado, injúria e lesão corporal no âmbito da violência doméstica, e ainda não possui defesa constituída.
De acordo o delegado Paulo Emilio Terra, o homem possui diversas passagens anteriores pela polícia, por crimes como porte de drogas, tráfico, ameaça, porte de armas e até feminicídio.
Mulher disse que era mantida em cárcere privado
Vítima deu entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná
RPC
O casal morava junto havia cerca de dois meses.
Em entrevista, a vítima disse que o companheiro se mostrava agressivo durante as brigas, mas a situação piorou no Dia dos Namorados.
Segundo ela, neste dia ele a agrediu com o chicote e, desde então, proibiu que ela saísse de casa, a mantendo em cárcere privado.
“Ele tirou toda a minha liberdade: quebrou meu celular no dia da briga, me proibia de conversar com vizinhos e visitas que chegavam em casa, com medo de eu pedir ajuda… Ele falava assim pra mim: ‘Se você chamar a polícia, eu te mato'”, recorda a vítima.
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No dia 16 de junho, ela convenceu o companheiro a sair de casa junto com ele e teve a ideia de fingir passar mal para ser levada a um hospital, com a esperança de que conseguisse conversar a sós com algum profissional para pedir ajuda.
“Eu fingi um desmaio na garupa da moto no meio da rodovia. Caí e me levaram pro hospital, momento em que pedi ajuda para as enfermeiras. Falei que estava sendo vítima de violência doméstica, que não conseguia sair da casa desde o Dia dos Namorados. […] A única chance que eu consegui foi daquele jeito; foi arriscar a minha vida, fazendo acontecer uma acidente na BR, pra eu poder me salvar, pra poder ir pro hospital e conseguir pedir ajuda”, ressalta.
Agora, a expectativa da mulher é que o ex permaneça preso e não faça mais mal a ela – mas o trauma deve acompanhá-la ao decorrer da vida.
“Minha mãe podia estar chorando hoje no meu velório. […] O medo eu vou carregar pro resto da vida”, afirma.
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Em depoimento, a profissional de saúde relatou à equipe de investigação que a vítima chegou ao hospital no colo do homem, parecendo estar desacordada. Veja no vídeo acima.
“A hora que ele deixou ela na maca e saiu pra fazer a ficha do atendimento, ela virou para mim e pediu ajuda. Aí que a gente deixou ele pra fora e pediu para a recepção deixar ele lá fora. Ela informou que estava sendo violentada em casa. [..] Daí a gente chamou a polícia”, revelou.
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“Ela informou que estava ficando em casa, fechada [trancada]. Ele não deixava ela sair e eles moravam num sítio”, contou.
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Mulher disse que era mantida em cárcere privado
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RPC
O casal morava junto havia cerca de dois meses.
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Segundo ela, neste dia ele a agrediu com o chicote e, desde então, proibiu que ela saísse de casa, a mantendo em cárcere privado.
“Ele tirou toda a minha liberdade: quebrou meu celular no dia da briga, me proibia de conversar com vizinhos e visitas que chegavam em casa, com medo de eu pedir ajuda… Ele falava assim pra mim: ‘Se você chamar a polícia, eu te mato'”, recorda a vítima.
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