Filha de mulher morta em acidente envolvendo influenciador Lokinho lembra últimas palavras da mãe: ‘ela gritou para olhar o carro’
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Filha de mulher morta em acidente envolvendo influenciador Lokinho lembra últimas palavras da mãe: ‘ela gritou para olhar o carro’

Maria Suely Oliveira, de 11 anos, ainda fala com dificuldade devido à colisão que atingiu ela, a irmã de dois anos, a mãe e uma amiga da mãe em outubro de 2024, em Teresina. O influenciador e seu marido são réus pelo crime e respondem em liberdade. Caso Lokinho: pai de vítima de acidente quer justiça e diz que não vai desistir
A menina Maria Suely Oliveira, de 11 anos, ainda não sabia, mas ouviria a voz da mãe pela última vez na noite de 6 de outubro de 2024. Naquele dia, a mãe dela, Kassandra Oliveira, e uma amiga, Marly Ribeiro, morreram atropeladas por um carro na BR-316, Zona Sul de Teresina.
O influenciador Lokinho e seu marido Stanlley Gabryell, cuja soltura foi determinada pela Justiça do Piauí na quinta-feira (13), são réus pelo crime e respondem em liberdade.
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Segundo parentes de Kassandra, a vítima, suas filhas Maria Suely e Maria Gabriela, de dois anos, e outras três pessoas da família estavam voltando a pé de um aniversário e iriam pedir uma corrida de aplicativo para voltar para casa. No entanto, o pedido nunca aconteceu.
“As últimas palavras que eu escutei da minha mãe foi que ela gritou: ‘Maria, olha o carro!’. Aí foi que eu virei para não pegar na minha irmã”, lembrou Maria Suely, ainda com dificuldades na fala devido ao acidente que também atingiu ela e a caçula Maria Gabriela, de dois anos.
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Maria Suely, à esq., tentou proteger a caçula Maria Gabriela, à dir., antes de serem atropeladas
Pablo Santos/TV Clube
A irmã mais velha ficou desacordada depois da colisão e foi levada às pressas para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde esteve em coma induzido por 25 dias. Ao todo, ela permaneceu no hospital por pouco mais de dois meses e recebeu alta em 9 de dezembro de 2024.
Quando acordou do coma, perguntou onde estava a dona da voz que ouviu momentos antes de ser atropelada.
“Eu acordei, olhei por tudo e não vi ela. Aí foi quando eu perguntei: ‘cadê ela?’, e me responderam que ela tinha falecido”, contou Maria Suely.
O pai de Kassandra, Francisco Oliveira, estava em casa na noite do acidente e soube da tragédia pelos vizinhos. Ele precisou descobrir uma força interior para lidar com a perda de uma filha e o coma de uma neta. Atualmente, faz uso de remédios para conseguir dormir.
Francisco se queixa de que as famílias de Lokinho e Stanlley não se ofereceram, desde as mortes de Kassandra e Marly, para ajudar as vítimas de alguma forma. Ele também alegou que a pensão alimentícia mensal devida pelos réus às crianças não está sendo paga, o que a defesa deles contesta.
“Ainda me sinto doente do abalo que levei, e ela [Maria Suely] ainda vive debilitada das coisas que aconteceram. A família todinha está em pânico devido à soltura desse camarada [Stanlley]. Como é que a gente vai acreditar nesse país em que não existe justiça?”, questionou o pai de Kassandra.
Em entrevista à Clube News FM na última segunda-feira (10), um dos advogados dos réus, Leonardo Queiroz, afirmou que solicitou a mudança da tipificação do crime (de homicídio com dolo eventual para culposo) porque não houve comprovação técnica de que o carro dirigido por eles estava acima da velocidade permitida.
Além disso, conforme o advogado, o resultado do teste de embriaguez feito em Stanlley, após a colisão, foi negativo. Sobre a pensão alimentícia devida às filhas de Kassandra, Leonardo apontou que o valor de R$ 941 está sendo pago mensalmente a uma conta vinculada à Justiça e não diretamente à família.
Lokinho, à dir., e Stanlley, à esq., são réus por acidente que matou duas mulheres em Teresina
Reprodução/Redes Sociais
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Quem são as vítimas do acidente?
Kassandra Oliveira, à esq., e Marly Ribeiro, à dir., vítimas de acidente envolvendo influenciador Lokinho
Reprodução/Redes Sociais
As vítimas do acidente são Kassandra de Sousa Oliveira, de 36 anos, que morreu na BR-316, Zona Sul da capital, e Marly Ribeiro da Silva, de 40 anos, que faleceu em uma ambulância a caminho do Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
Além delas, as duas filhas de Kassandra se feriram: Maria Suely Oliveira Rocha, de 11 anos, ficou internada durante mais de dois meses no HUT até receber alta; e Maria Alice de Sousa Oliveira, de dois anos, que teve lesões leves e foi liberada do hospital.
Ao g1, a tia de Maria Suely, Katia Maria, contou que a primeira palavra dita pela sobrinha ao voltar do hospital, mesmo com dificuldades na fala, foi “mãe”. Ela relatou ainda que a menina faz sessões de fisioterapia para tratar as sequelas do acidente.
Com a morte de Kassandra, Maria Suely está sob os cuidados da tia e da avó materna. Ela e a irmã recebem pensão alimentícia mensal de Lokinho e Stanlley, por determinação da Justiça, no valor de R$ 941. A filha de Marly, também criança, deve receber dos réus uma pensão mensal de R$ 1.012.
Após o atropelamento, houve também um tumulto no local do acidente e o mecânico Thiago Henrique do Nascimento, de 38 anos, que havia descido de seu veículo para tentar ajudar as vítimas, foi baleado e morto. A Justiça tornou réu um policial militar suspeito do assassinato de Thiago.
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Gil Oliveira/TV Clube
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