Crescimento de ataques de onças gera monitoramento de área rural em Goiás
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Crescimento de ataques de onças gera monitoramento de área rural em Goiás

Duas onças-pardas vivem em região de Porangatu, que contém propriedades particulares com vegetação alternada entre mata nativa e pastagem. Medidas estão sendo tomadas para reduzir os riscos à população, mas também garantir o equilíbrio ambiental. Crescimento de ataques de onças gera monitoramento de área rural em Goiás
O crescimento de ataques de onças contra animais chamou a atenção da Secretaria de Meio Ambiente (SEMMA), na zona rural de Porangatu, no norte de Goiás. Ao g1, o secretário Igor Guimarães Pinheiro contou duas onças-pardas vivem na região, que contém propriedades particulares com vegetação alternada entre mata nativa e pastagem. A área passou a ser monitorada.
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A Secretaria recebeu os primeiros registros oficiais de ataques há cerca de duas semanas por parte de produtores rurais. “Desde então, confirmamos ataques a carneiros e bezerros, sem registro de ataque a pessoas”, destacou Igor.
De acordo com o órgão, ainda é prematuro apontar um único fator para a aproximação dos felinos. No entanto, os locais onde os ataques foram registrados possuem vegetação nativa e diversas espécies silvestres que servem de presas naturais para as onças.
“Carneiros e bezerros são alvos mais acessíveis pelo comportamento lento, previsível e pela baixa capacidade de fuga, oferecendo vantagem às onças mesmo sem escassez de alimento natural”, pontuou o secretário.
Ataques
Onça-parda é flagrada se alimentando de animal após ataque, em Porangatu
Divulgação/Secretária de Meio Ambiente de Porangatu
Durante o monitoramento realizado pela SEMMA, as onças foram flagradas andamento pela mata e se alimentando dos animais (veja acima). Em entrevista à TV Anhanguera, a caseira Tomázia Miranda relatou que os animais já atacaram cerca de 18 carneiros na propriedade em que trabalha.
Já o caseiro José Roberto contou que viu o resultado de um dos ataques dos felinos. De acordo com ele, em uma manhã ouviu um filhote de carneiro berrando e percebeu que a mãe dele havia sumido. Ao procurar pelas redondezas, encontrou a carcaça do animal.
O caseiro vive sozinho na fazenda e já encontrou uma das onças na propriedade. “Eu não fiquei com medo dela não, mas assustei porque não esperava quase três horas da tarde uma onça estar aqui”, relatou.
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Monitoramento
Biólogos, médicos veterinários e fiscais ambientais fazem o monitoramento de onças, em Porangatu
Divulgação/Secretária de Meio Ambiente de Porangatu
Com uma equipe composta por biólogos, médicos veterinários e fiscais ambientais, a Secretária realizou o mapeamento detalhado da área, com base em imagens de satelites, uso de drones e vistorias de campo. Os profissionais identificaram a presença dos felinos em um raio de aproximadamente 15 km, que envolve cinco propriedades específicas.
“Com base nesses dados, foram adotadas ações imediatas, como a instalação de armadilhas fotograficas, o uso de técnicas de afugentamento, além de orientação direta aos produtores afetados. Também houve comunicação formal ao CENAP/ICMBio, que, até o momento, se limitou ao envio de encartes com orientações genéricas sobre como evitar a aproximação e a predação de animais domésticos”, detalhou Igor.
Após as queixas dos produtores, o órgão se manteve presente na região com o objetivo de realizar as medidas necessárias para reduzir os riscos à população, mas também garantir o equilíbrio ambiental. Conforme destacado pelo secretário, os ataques contra seres humanos são considerados raros, mas a presença das onças eleva a tensão no meio rural e amplia o risco de acidentes.
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O monitoramento visa impedir reações violentas ou tentativas de abate por parte da população.
“A intervenção da SEMMA busca assegurar uma boa convivência entre o meio rural e a fauna silvestre: protegendo a população de possíveis incidentes, garantindo tranquilidade ao produtor para seguir com suas atividades e evitando que os animais sejam vítimas de ações clandestinas”, finalizou o secretário.
Ataques de duas onças têm preocupado moradores de Porangatu
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