
Caso Aurora: recém-nascida internada na UTI após banho passa por exames em hospital de MG
Aurora Maria Oliveira Mesquita foi transferida de UTI aérea para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira (25). Ela apresentou bolhas e teve a pele das pernas e dos pés descolada após um banho na maternidade de Cruzeiro do Sul. Pele da perna e pés da bebê saíram do corpo; caso ocorreu em Cruzeiro do Sul no domingo (22)
Arquivo pessoal
A recém-nascida Aurora Maria Oliveira Mesquita, internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após tomar banho no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, já passou pelos primeiros exames na manhã desta quinta-feira (26) após ter sido transferida para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, na quarta (25).
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👉 Contexto: O pai da menina, Marcos Silva Oliveira, registrou um boletim de ocorrência contra o hospital pelos ferimentos que, segundo ele, foram causados em Aurora após o uso de água quente no banho. Na segunda-feira (23), ela foi transferida para Rio Branco devido à gravidade do quadro. O Ministério Público do Acre (MP-AC) investiga o caso.
De acordo com o pai, ele saiu da capital acreana por volta das 23h, depois que a criança já estava em Belo Horizonte. Marcos chegou na manhã desta quinta e disse, em vídeo, que se sentia confuso com a recepção no local, já que ao chegar, não pôde entrar para ver a filha. (Veja relato mais abaixo)
“A mãe dela está lá com ela e também não está bem, está com tontura. Ela chegou de madrugada e fizeram uns exames, o médico falou com ela e disse que era o caso da doença [epidermólise bolhosa]. Estão esquecendo que é queimadura. Eu estou aqui fora desde quando eu cheguei de manhã. Ninguém me deixou entrar, ninguém veio aqui, não tem ninguém”, comentou ele.
Pai de bebê recém-nascida do AC fala sobre a chegada em Minas Gerais
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Recém-nascida internada na UTI após banho em maternidade no Acre: o que se sabe e o que falta esclarecer
Outro ponto colocado pelo pai de Aurora foi o quarto onde a filha foi colocada, já que havia sido informado pelo secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, que a criança ficaria em um leito separado.
“Desde a hora que chegou, a menina está lá no mesmo canto. Ela tá numa salinha junto com um bocado de gente e ainda tem até um menino do lado dela com pneumonia”, lamentou ele.
Por volta das 11h, horário de Minas Gerais, a mãe da bebê disse que Aurora estava recebendo atendimento médico.
“Minha esposa acabou de informar que foi médico lá agora e estão olhando lá, examinando ela já. Estão trocando o curativo, vai dar certo, se Deus quiser”, torceu ele.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) que explicou que a bebê está entubada em uma unidade que está entre as maiores referências do país no tratamento em queimados, e que o tratamento dado à menina não acontece em uma enfermaria.
“Os pais estão confusos nesse momento com tudo o que estão passando, entendemos o sentimento deles. Por isso, a Sesacre está enviando hoje um psicólogo pra acompanhar a família lá e dar todo amparo necessário. Agora é preciso deixar a equipe do hospital trabalhar e confiar na conduta, porque o hospital lá é referência e não é por acaso”, pontuou a Sesacre.
Entenda o caso
VÍDEO: Família acusa hospital de causar queimaduras em bebê recém-nascida no AC
A pequena Aurora enfrenta uma grande batalha após um banho dado por uma enfermeira no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, no último domingo (22).
É que, após o procedimento, a menina apresentou bolhas e parte da pele das pernas e pés descolou e ela precisou ser transferida em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea para tratamento em Rio Branco.
Na tarde desta quarta-feira (25), ela foi transferida de UTI aérea para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, Minas Gerais, considerado pela Sociedade Brasileira de Queimados um dos melhores centros de tratamento de queimaduras do país.
Recém-nascida é transferida para hospital especializado em queimados
Na terça (24), a Sesacre começou a fazer contato com unidades especializadas em queimados do país para conseguir um leito para a recém-nascida. Foi feito contato com três unidades especializadas: de Manaus, Brasília e no Rio de Janeiro.
“O estado vem prestando todo apoio psicológico aos familiares. O quadro da Aurora é delicado, de pronto preferimos transferi-la para a capital, onde recebeu todo tratamento, antibióticos e tudo que fosse necessário para estabilização do seu quadro. Devido à complexidade a situação, optamos por transferir ela novamente para um centro de referência a queimados”, destacou Pascoal.
Servidora afastada
Já na noite de terça (24), a Sesacre divulgou que a servidora filmada dando banho na recém-nascida foi afastada do cargo e que foi aberto um procedimento administrativo disciplinar para apuração dos fatos.
“O procedimento inclui afastar de forma preventiva a profissional. O procedimento é rápido, vamos ouvir a profissional e fazer todos os trâmites necessários”, resumiu.
O Instituto de Genética do Norte (IGENN), em Rio Branco, coletou o material para biópsia, que deve ser feita em outro estado para revelar o que causou a queimadura na bebê.
Transferência foi feita em uma UTI aérea nesta quarta-feira (25)
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
MP apura caso
O Ministério Público do Acre (MP-AC) informou, na segunda (23), que foi instaurada uma notícia de fato para apurar o caso que é acompanhado pela Promotoria de Justiça Cível de Cruzeiro do Sul.
“Considerando a gravidade da situação e a necessidade de esclarecimento dos fatos, o promotor de Justiça André Pinho expediu notificações ao Hospital da Mulher e da Criança do Juruá e à Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), solicitando informações detalhadas sobre o caso”, falou o órgão.
O MP requisitou ainda:
prontuário médico completo da recém-nascida, incluindo registros de enfermagem e identificação de todos os profissionais envolvidos no atendimento;
protocolos operacionais adotados para o banho e higienização de recém-nascidos, com especificação dos controles de temperatura da água e equipamentos utilizados;
um relatório circunstanciado com a sequência dos fatos, medidas assistenciais adotadas e providências administrativas tomadas pela direção da unidade.
“A eventual existência de doença congênita ou dermatológica não justifica a ausência de tratamento adequado; pelo contrário, impõe ainda maior zelo da equipe médica e do poder público, diante da maior vulnerabilidade da criança e da complexidade potencial do quadro”, complementou a promotora Aretuza de Almeida Cruz.
VÍDEOS: g1
Instituto de Genética do Norte (IGENN), em
Arquivo pessoal
A recém-nascida Aurora Maria Oliveira Mesquita, internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após tomar banho no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, já passou pelos primeiros exames na manhã desta quinta-feira (26) após ter sido transferida para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, na quarta (25).
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👉 Contexto: O pai da menina, Marcos Silva Oliveira, registrou um boletim de ocorrência contra o hospital pelos ferimentos que, segundo ele, foram causados em Aurora após o uso de água quente no banho. Na segunda-feira (23), ela foi transferida para Rio Branco devido à gravidade do quadro. O Ministério Público do Acre (MP-AC) investiga o caso.
De acordo com o pai, ele saiu da capital acreana por volta das 23h, depois que a criança já estava em Belo Horizonte. Marcos chegou na manhã desta quinta e disse, em vídeo, que se sentia confuso com a recepção no local, já que ao chegar, não pôde entrar para ver a filha. (Veja relato mais abaixo)
“A mãe dela está lá com ela e também não está bem, está com tontura. Ela chegou de madrugada e fizeram uns exames, o médico falou com ela e disse que era o caso da doença [epidermólise bolhosa]. Estão esquecendo que é queimadura. Eu estou aqui fora desde quando eu cheguei de manhã. Ninguém me deixou entrar, ninguém veio aqui, não tem ninguém”, comentou ele.
Pai de bebê recém-nascida do AC fala sobre a chegada em Minas Gerais
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Outro ponto colocado pelo pai de Aurora foi o quarto onde a filha foi colocada, já que havia sido informado pelo secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, que a criança ficaria em um leito separado.
“Desde a hora que chegou, a menina está lá no mesmo canto. Ela tá numa salinha junto com um bocado de gente e ainda tem até um menino do lado dela com pneumonia”, lamentou ele.
Por volta das 11h, horário de Minas Gerais, a mãe da bebê disse que Aurora estava recebendo atendimento médico.
“Minha esposa acabou de informar que foi médico lá agora e estão olhando lá, examinando ela já. Estão trocando o curativo, vai dar certo, se Deus quiser”, torceu ele.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) que explicou que a bebê está entubada em uma unidade que está entre as maiores referências do país no tratamento em queimados, e que o tratamento dado à menina não acontece em uma enfermaria.
“Os pais estão confusos nesse momento com tudo o que estão passando, entendemos o sentimento deles. Por isso, a Sesacre está enviando hoje um psicólogo pra acompanhar a família lá e dar todo amparo necessário. Agora é preciso deixar a equipe do hospital trabalhar e confiar na conduta, porque o hospital lá é referência e não é por acaso”, pontuou a Sesacre.
Entenda o caso
VÍDEO: Família acusa hospital de causar queimaduras em bebê recém-nascida no AC
A pequena Aurora enfrenta uma grande batalha após um banho dado por uma enfermeira no Hospital da Mulher e da Criança Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, no último domingo (22).
É que, após o procedimento, a menina apresentou bolhas e parte da pele das pernas e pés descolou e ela precisou ser transferida em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea para tratamento em Rio Branco.
Na tarde desta quarta-feira (25), ela foi transferida de UTI aérea para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, Minas Gerais, considerado pela Sociedade Brasileira de Queimados um dos melhores centros de tratamento de queimaduras do país.
Recém-nascida é transferida para hospital especializado em queimados
Na terça (24), a Sesacre começou a fazer contato com unidades especializadas em queimados do país para conseguir um leito para a recém-nascida. Foi feito contato com três unidades especializadas: de Manaus, Brasília e no Rio de Janeiro.
“O estado vem prestando todo apoio psicológico aos familiares. O quadro da Aurora é delicado, de pronto preferimos transferi-la para a capital, onde recebeu todo tratamento, antibióticos e tudo que fosse necessário para estabilização do seu quadro. Devido à complexidade a situação, optamos por transferir ela novamente para um centro de referência a queimados”, destacou Pascoal.
Servidora afastada
Já na noite de terça (24), a Sesacre divulgou que a servidora filmada dando banho na recém-nascida foi afastada do cargo e que foi aberto um procedimento administrativo disciplinar para apuração dos fatos.
“O procedimento inclui afastar de forma preventiva a profissional. O procedimento é rápido, vamos ouvir a profissional e fazer todos os trâmites necessários”, resumiu.
O Instituto de Genética do Norte (IGENN), em Rio Branco, coletou o material para biópsia, que deve ser feita em outro estado para revelar o que causou a queimadura na bebê.
Transferência foi feita em uma UTI aérea nesta quarta-feira (25)
Lucas Thadeu/Rede Amazônica Acre
MP apura caso
O Ministério Público do Acre (MP-AC) informou, na segunda (23), que foi instaurada uma notícia de fato para apurar o caso que é acompanhado pela Promotoria de Justiça Cível de Cruzeiro do Sul.
“Considerando a gravidade da situação e a necessidade de esclarecimento dos fatos, o promotor de Justiça André Pinho expediu notificações ao Hospital da Mulher e da Criança do Juruá e à Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), solicitando informações detalhadas sobre o caso”, falou o órgão.
O MP requisitou ainda:
prontuário médico completo da recém-nascida, incluindo registros de enfermagem e identificação de todos os profissionais envolvidos no atendimento;
protocolos operacionais adotados para o banho e higienização de recém-nascidos, com especificação dos controles de temperatura da água e equipamentos utilizados;
um relatório circunstanciado com a sequência dos fatos, medidas assistenciais adotadas e providências administrativas tomadas pela direção da unidade.
“A eventual existência de doença congênita ou dermatológica não justifica a ausência de tratamento adequado; pelo contrário, impõe ainda maior zelo da equipe médica e do poder público, diante da maior vulnerabilidade da criança e da complexidade potencial do quadro”, complementou a promotora Aretuza de Almeida Cruz.
VÍDEOS: g1
Instituto de Genética do Norte (IGENN), em