
Brasileira relata caso de xenofobia em Portugal: ‘A gente não pode se calar e aceitar o inaceitável’
Jornalista foi agredida verbalmente enquanto tentava abastecer carro em posto de combustível. Homem disse que brasileiros ‘causam bagunça’ e mandou que mulher voltasse para a terra dela. Lorena Gurgel relatou caso de xenofobia em Portugal
Cedida
Morando há dois anos em Portugal, a jornalista natalense Lorena Gurgel relatou que foi vítima de xenofobia no último dia 11 de junho em um posto de combustíveis perto da casa onde ela mora, na cidade de Oeiras, região metropolitana de Lisboa.
Ela publicou um vídeo nas redes sociais, por onde recebeu apoio de amigos e seguidores.
📳Participe do canal do g1 RN no WhatsApp
Lorena se mudou com o marido e o filho para a Europa depois que o companheiro recebeu uma proposta de trabalho na área de tecnologia. Já a jornalista está à frente do escritório de Relações Internacionais da empresa onde já trabalhava quando estava no Brasil.
Segundo Lorena, desde que chegou ao país, a família já havia passado por algumas situações em que tinha dúvidas se enfrentava xenofobia de forma velada, ou apenas falta de educação de algumas pessoas. No entanto, o caso da última semana foi diferente.
Como em outros países, é o próprio cliente quem abastece o veículo. A jornalista explicou que estava tentando abastecer o carro no posto, quando percebeu que a mangueira da bomba ficou distante da entrada do tanque.
Ao tentar puxar a mangueira, ela acabou derrubando outra, ligada a outra bomba.
“Antes que eu pudesse mediar isso e pegar a bomba e botar no lugar, um senhor que estava a 5 metros de distância na minha frente, perto da entrada da conveniência do posto, começou a gritar comigo: ‘Que estás a fazer? Estás parva. Estás a bagunçar tudo. Estás a fazer tudo errado. Vocês brasileiros só vêm para cá para bagunçar. Eu moro aqui perto e vejo vocês a bagunçar todo tempo'”, relatou.
‘Volta para sua terra’: o cotidiano de xenofobia contra brasileiros em Portugal
Ainda de acordo com Lorena, o homem concluiu a ofensa mandando que ela voltasse para a “terra” dela. Apesar de rouca, a brasileira respondeu aos xingamentos.
“Eu fiquei muito revoltada. Disse: ‘Quem o senhor pensa que é quem para falar comigo dessa forma? O senhor não é melhor do que ninguém. Baixe o seu tom, porque o senhor não tem o direito de gritar comigo’. Ele gritava muito. Parecia realmente que estava completamente descontrolado”, lembra.
Ainda de acordo com Lorena, a situação foi remediada pela atendente da conveniência, que saiu do estabelecimento, mandou o homem entrar e ajudou a cliente a abastecer o veículo.
Lorena acredita que o homem a identificou como brasileira quando ela foi à conveniência, antes do abastecimento, para pagar pelo combustível, ou pelas roupas, diferentes da cultura local. Segundo a jornalista, ela não procurou a polícia local, nem registrou uma denúncia formal sobre o caso.
Ao chegar em casa, Lorena gravou um vídeo em que relatou o caso. Somente dois dias depois, ela decidiu publicá-lo nas redes sociais. A brasileira conta que recebeu vários relatos de outros casos de xenofobia, após a postagem.
Brasileira relatou xenofobia em vídeo publicado nas redes sociais; veja trechos
“Eu quero que essa história se dissemine e que outras pessoas se sintam encorajadas a contar suas histórias também. A ideia é incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo porque a gente não pode se calar e aceitar o inaceitável”, ponderou.
Importância dos imigrantes
Lorena também argumenta a discriminação contra os brasileiros é injusta principalmente porque os imigrantes são a atual força produtiva do país europeu.
“Os nossos impostos ajudam a pagar o sistema previdenciário aqui, que é onerado por causa da quantidade volumosa de idosos. Os jovens daqui foram embora, porque aqui é o menor salário da Europa. E quem é que toma os lugares desses que realizam os serviços que os portugueses não podem ou não querem realizar? São os imigrantes. Então, nós somos a força produtiva que sustenta o país e é muito injusto que a gente seja tratado dessa forma”, ressaltou.
Veja os vídeos mais assistidos no g1 RN
Cedida
Morando há dois anos em Portugal, a jornalista natalense Lorena Gurgel relatou que foi vítima de xenofobia no último dia 11 de junho em um posto de combustíveis perto da casa onde ela mora, na cidade de Oeiras, região metropolitana de Lisboa.
Ela publicou um vídeo nas redes sociais, por onde recebeu apoio de amigos e seguidores.
📳Participe do canal do g1 RN no WhatsApp
Lorena se mudou com o marido e o filho para a Europa depois que o companheiro recebeu uma proposta de trabalho na área de tecnologia. Já a jornalista está à frente do escritório de Relações Internacionais da empresa onde já trabalhava quando estava no Brasil.
Segundo Lorena, desde que chegou ao país, a família já havia passado por algumas situações em que tinha dúvidas se enfrentava xenofobia de forma velada, ou apenas falta de educação de algumas pessoas. No entanto, o caso da última semana foi diferente.
Como em outros países, é o próprio cliente quem abastece o veículo. A jornalista explicou que estava tentando abastecer o carro no posto, quando percebeu que a mangueira da bomba ficou distante da entrada do tanque.
Ao tentar puxar a mangueira, ela acabou derrubando outra, ligada a outra bomba.
“Antes que eu pudesse mediar isso e pegar a bomba e botar no lugar, um senhor que estava a 5 metros de distância na minha frente, perto da entrada da conveniência do posto, começou a gritar comigo: ‘Que estás a fazer? Estás parva. Estás a bagunçar tudo. Estás a fazer tudo errado. Vocês brasileiros só vêm para cá para bagunçar. Eu moro aqui perto e vejo vocês a bagunçar todo tempo'”, relatou.
‘Volta para sua terra’: o cotidiano de xenofobia contra brasileiros em Portugal
Ainda de acordo com Lorena, o homem concluiu a ofensa mandando que ela voltasse para a “terra” dela. Apesar de rouca, a brasileira respondeu aos xingamentos.
“Eu fiquei muito revoltada. Disse: ‘Quem o senhor pensa que é quem para falar comigo dessa forma? O senhor não é melhor do que ninguém. Baixe o seu tom, porque o senhor não tem o direito de gritar comigo’. Ele gritava muito. Parecia realmente que estava completamente descontrolado”, lembra.
Ainda de acordo com Lorena, a situação foi remediada pela atendente da conveniência, que saiu do estabelecimento, mandou o homem entrar e ajudou a cliente a abastecer o veículo.
Lorena acredita que o homem a identificou como brasileira quando ela foi à conveniência, antes do abastecimento, para pagar pelo combustível, ou pelas roupas, diferentes da cultura local. Segundo a jornalista, ela não procurou a polícia local, nem registrou uma denúncia formal sobre o caso.
Ao chegar em casa, Lorena gravou um vídeo em que relatou o caso. Somente dois dias depois, ela decidiu publicá-lo nas redes sociais. A brasileira conta que recebeu vários relatos de outros casos de xenofobia, após a postagem.
Brasileira relatou xenofobia em vídeo publicado nas redes sociais; veja trechos
“Eu quero que essa história se dissemine e que outras pessoas se sintam encorajadas a contar suas histórias também. A ideia é incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo porque a gente não pode se calar e aceitar o inaceitável”, ponderou.
Importância dos imigrantes
Lorena também argumenta a discriminação contra os brasileiros é injusta principalmente porque os imigrantes são a atual força produtiva do país europeu.
“Os nossos impostos ajudam a pagar o sistema previdenciário aqui, que é onerado por causa da quantidade volumosa de idosos. Os jovens daqui foram embora, porque aqui é o menor salário da Europa. E quem é que toma os lugares desses que realizam os serviços que os portugueses não podem ou não querem realizar? São os imigrantes. Então, nós somos a força produtiva que sustenta o país e é muito injusto que a gente seja tratado dessa forma”, ressaltou.
Veja os vídeos mais assistidos no g1 RN