Ainda não sabemos se EUA vai atacar Irã, diz Trump
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Ainda não sabemos se EUA vai atacar Irã, diz Trump

Diretor da AIEA, Rafael Grossi, afirmou também de risco de vazamento radiativo em caso de novos ataques a centrais de Fordow e Isfahan. Conflito direto entre os dois países entrou no 6º dia com novos bombardeio e possibilidade de entrada dos EUA no conflito. Ataque israelense em fábrica de produção de mísseis gera coluna de fumaça no Irã
Duas fábricas que produzem centrífugas para enriquecimento de urânio foram atingidas no Irã por ataques aéreos israelenses, afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) nesta quarta-feira (18).
Os equipamentos são utilizados pelo programa nuclear iraniano.
Segundo a AIEA, as fábricas atingidas ficam na capital Teerã e na cidade vizinha, Karaj. Em Teerã, um prédio que produzia componentes de centrífugas avançadas foi atingido, e, em Karaj, dois prédios onde diferentes componentes de centrífugas eram produzidos foram destruídos.
Ambos os locais eram monitorados pela agência da ONU.
Também nesta quarta, o diretor da AIEA, Rafal Grossi, disse que pode haver risco de vazamento radiativo em caso de novos ataques às centrais de Fordow — um dos focos da ofensiva de Israel — e Isfahan.
“Fordow é o lugar onde o Irã concentra a maior parte do enriquecimento de urânio de forma subterrânea nas montanhas. Em Isfahan, também há muito material nuclear. Essas instalações, se atacadas, poderiam causar um nível radiológico muito perigoso em nível regional”, disse o diretor da AIEA.
Khamenei
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei
Office of the Iranian Supreme Leader/WANA (West Asia News Agency)/Handout via REUTERS
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira (18) que qualquer ataque direto dos Estados Unidos ao país terá “consequências sérias e irreparáveis” e uma resposta iraniana.
Em pronunciamento na TV estatal iraniana, Khamenei disse também que o Irã nunca se renderá, uma resposta direta a ameaças feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que na terça-feira exigiu uma “rendição incondicional” do Irã no conflito com Israel. Trump considera um ataque americano em território iraniano, o que segundo especialistas teria implicações globais.
Ainda se referindo às falas de Trump, Khamenei disse também que “aqueles que conhecem a história do Irã sabem que os iranianos não respondem bem à linguagem da ameaça”.
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Na fala, Khamenei disse também que Israel cometeu um grande erro ao atacar o Irã e será punido por isso, acrescentando que “as pessoas não esquecerão” o sangue das vítimas derramado nos ataques israelenses, segundo a agência estatal semioficial Mehr.
O conflito direto entre Irã e Israel, com dezenas de ataques aéreos, entrou em seu sexto dia nesta quarta-feira (18). Desde sexta-feira (13), bombardeios cruzados deixaram mais de 240 mortos e milhares de feridos nos dois países, segundo balanços oficiais divulgados pelos países. Instituições independentes indicam que o número de mortos pode ser maior. (Leia mais abaixo)
Mais cedo nesta quarta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, afirmou que qualquer intervenção dos Estados Unidos no conflito poderia gerar uma “guerra total” no Oriente Médio.
Bagheri alertou que tal ação americana “seria extremamente imprudente, extremamente irresponsável”, e também sugeriu que o Irã continua aberto a uma solução negociada.
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Após saída antecipada da reunião do G7 e exigência de “rendição incondicional”, a expectativa a partir desta quarta-feira (18) é que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha alguma ação no conflito.
Até o momento, o conflito entre Irã e Israel deixou 248 mortos nos dois países —224 no Irã e 24 em Israel—, segundo balanços oficiais divulgados por autoridades locais.
Nesta terça (17), os dois países do Oriente Médio lançaram mais ataques um contra o outro. O exército israelense afirmou que dois lançamentos de mísseis iranianos foram disparados contra Israel. Explosões foram ouvidas sobre Tel Aviv.
Segundo a Reuters, as Forças Armadas de Israel orientaram os moradores da região de Teerã a evacuar para que sua força aérea pudesse atacar instalações militares iranianas. Sites de notícias iranianos informaram que explosões foram ouvidas em Teerã e na cidade de Karaj, a oeste da capital.
O conflito já deixa ao menos 248 mortos, segundo autoridades. No Irã, 224 pessoas morreram e, em israel, 24. O Exército israelense anunciou que matou o principal comandante militar do Irã, Ali Shadmani, em um bombardeio durante a madrugada da terça (17).
Em suas redes sociais, Trump alertou que a paciência dos EUA estava se esgotando. Embora tenha dito que não havia intenção de matar o líder do Irã “por enquanto”, seus comentários sugeriram uma postura mais agressiva em relação ao Irã, enquanto ele avalia se aprofunda o envolvimento dos EUA.
“Sabemos exatamente onde o chamado ‘Líder Supremo’ está se escondendo”, escreveu ele no Truth Social, referindo-se ao aiatolá Ali Khamenei. “Não vamos eliminá-lo (matar!), pelo menos por enquanto… Nossa paciência está se esgotando.”
Três minutos depois, Trump postou: “Rendição incondicional!”
Um funcionário da Casa Branca disse que Trump falou por telefone com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu no mesmo dia das publicações.
Na madrugada da terça (17), Trump deixou a reunião do G7 um dia mais cedo para, segundo a Casa Branca, resolver “assuntos muito importantes”. No caminho de volta a Washington, o republicano afirmou que o seu não tinha a menor relação com um cessar-fogo.
“É muito maior que isso”, disse em postagem nas redes sociais.
Trump se reuniu por 90 minutos com seu Conselho de Segurança Nacional na tarde de terça-feira (17) para discutir o conflito, segundo um funcionário da Casa Branca. Detalhes da reunião não foram divulgados até a última atualização desta reportagem.
Os EUA estão enviando mais aeronaves de combate para o Oriente Médio e estendendo a permanência de outros aviões de guerra, disseram três autoridades norte-americanas à Reuters. Até agora, os EUA só tomaram ações defensivas no atual conflito com o Irã, incluindo ajudar a derrubar mísseis disparados contra Israel.
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Reprodução/Reuters

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