
Adolescentes são atacados por pit bull enquanto passeavam com cachorros em Mogi das Cruzes
Pit bull e rottweiler fugiram da casa onde moram e atacaram vizinhos. Outra moradora do bairro relatou que também foi atacada pelos mesmos cachorros. Adolescentes são atacados por dois cachorros em Mogi das Cruzes
Dois irmãos que passeavam com seus cachorros foram atacados por um pit bull e um rottweiler que no Mogi Moderno, em Mogi das Cruzes. Os animais estavam na rua depois de fugirem da casa onde vivem. As vítimas registraram boletim de ocorrência contra os tutores dos cães. Outra moradora do bairro relatou que já foi atacada pelos mesmos cachorros.
Os tutores dos animais que fizeram os ataques informaram que lamentam os ocorridos e que adotaram novas medidas de segurança, desde que houve uma falha pontual na contenção dos cães, que possibilitou a fuga deles. Eles relataram também que estão à disposição das autoridades para os esclarecimentos e providências.
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Isabella Maria de Campos, de 14 anos, contou que saiu no dia 3 de junho com o irmão Pedro José de Campos, de 11 anos, para passear com os dois cachorros da família. Quando estavam retornando para a casa, um pit bull e um Rottweiler apareceram para atacar seus cães.
“Ai eles começaram a pular em cima da gente, a gente começou a gritar, ficar no desespero ali. Depois, eu só sei que tudo aconteceu muito rápido, aí a gente voltou subindo, aí foi aí que percebi a dor na perna e percebi que tinha sido mordida”, relembrou.
Para Pedro, o momento mais marcante foi quando os dois cachorros chegaram para atacar seus pets. “A gente começou a gritar, a chorar e pedir socorro para quem estava ali por perto”, detalhou.
A empresária Michelle Cristina de Campos, mãe dos adolescentes e tutora dos dois cachorros que foram atacados, estava em casa quando tudo aconteceu e ouviu os gritos vindos da rua.
“[…] em menos de cinco minutos eu ouvi uma gritaria, muito barulho de carro, gente gritando, aí nisso eu falei: é alguma coisa com as crianças. Levei um susto e saí correndo, e realmente já tinha acontecido, porque foi muito rápido. Quando eu saí ao portão, já estavam os dois subindo, correndo, com um cachorro apenas, porque o outro já tinha escapado, o cachorro ensanguentando, eles chorando, gritando, foram cenas terríveis”, relatou.
Toda a situação foi gravada pelas câmeras de segurança da rua. Segundo Michelle, os tutores do pit bull não prestaram assistência. Além dos filhos dela, os dois cachorros da família também ficaram machucados.
De acordo com os tutores, eles arcaram com todos os custos e prestaram auxílio à família das vítimas.
Denise Maia, que é professora e mora no local onde tudo aconteceu, ajudou a socorrer os irmãos e seus cachorros.
“[…] eu ouvi gritos, eram gritos de socorro, de terror, não pensei duas vezes, saí correndo e me deparei com a cena do cão atacando as crianças e outros cães. Eu corri, tentei entender o que poderia fazer. Grudei no pit bull, o outro vizinho já estava segurando o Rottweiler. Eu gritei pra minha filha: corre, corre, leva pra casa, eu não consegui segurar muito, ele [pit bull] me jogou pra trás, eu caí pra trás, e ele escapou. […] E nosso receio é que a gente mora em uma rua que tem escola, tinha muita criança subindo, né. É uma alerta pra quem tem cães”.
Sol de Souza Ferreira é empresária e relatou que foi atacada por um dos cães no dia 24 de dezembro de 2024, no bairro e também registrou boletim de ocorrência.
“Decidi sair com os meus cachorros pra passear, a gente foi surpreendida por um grande Rottweiler , ele chegou rosnando, latindo muito. Minha primeira reação foi puxar os cachorros pra cima, consegui tirar um dos cachorros do alcance dele, mas o outro, a Chiara, infelizmente ele conseguiu pegar”.
A empresária disse que se jogou em cima do Rottweiler que virou o rosto para ela e mordeu sua mão. Neste momento, um rapaz que passava pela rua segurou o animal pelas pernas e puxou ele para trás, para que Sol conseguisse salvar Chiara.
“[…] Ela [Chiara] passou por três cirurgias, eu também tive que tomar medicação, foi um trauma pro resto da vida”.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) explicou que o caso da empresária foi registrado como contravenção penal pela omissão de cautela na guarda ou condução de animais. A vítima foi orientada a ir em uma delegacia para dar andamento na apuração.
Já em relação ao que aconteceu com Isabela e José Pedro e seus cachorros, a SSP informou que policiais do 1º Distrito Policial (DP) de Mogi das Cruzes realizaram diligências para identificar o tutor do cachorro e pedir esclarecimentos sobre o caso. Com isso, foi emitida uma ordem de serviço contra os responsáveis.
O que diz a lei
Ariana Anari é advogada animalista em Suzano. Ela explicou que é dever de todo tutor de animal exercer a guarda e vigilância responsável, para evitar ataques a outros animais ou pessoas.
“Caso o ataque ocorra por negligência do tutor, ele poderá ser responsabilizado, por condição expressa no artigo 936 do Código Civil. Seja pelo dano moral, devido ao abalo emocional sob o ferido. Dano material que engloba a cobertura de gastos com médicos, médicos veterinários, medicação e os outros necessários para restabelecimento da saúde da pessoa ou animal atacado. Lucros cessantes, que é quando a pessoa atacada não consegue trabalhar e ganhar seu sustento e de sua família. E o dano estético que por ventura pode ocorrer na pessoa”.
Quando o tutor continua negligência com o animal, que ataca novamente, a responsabilidade do responsável por ele é agravada. Pois, dependendo das circunstâncias dos fatos, o tutor pode responder na esfera criminal.
A advogada mencionou que em alguns casos, há a possibilidade de uma infração administrativa, porque existem legislações federais e estaduais que regulamentam o trânsito do animal.
O que diz a veterinária
A veterinária Atthila Becker explicou que cachorros de grande porte podem conviver tranquilamente com outros pets e com crianças, desde que alguns cuidados sejam respeitados.
“Pelo próprio porte do cachorro, um cachorro de 50 quilos brincando com um cachorro de 3 quilos ou com uma criança é diferente de um cachorro de 10 quilos brincando. Ele pode acabar machucando essa criança, mesmo sem intenção. Então, esse cuidado com cachorro de grande porte, principalmente quando ele tem tendência à agressividade, que tem raças que têm uma tendência em ser mais agressivos, exigem um cuidado maior, principalmente se ficar dentro de casa”.
Os cuidados com esse tipo de raça incluem uma atenção maior ao portão da casa onde o animal vive, uma vez que ele pode aproveitar que o portão abriu para o carro sair e fugir.
“Então, ter um portão antes, por exemplo, ou um adestramento para esse cachorro não sair pelo portão”, contou a veterinária.
Athilla mencionou que, na hora do passeio, esses cachorros precisam usar guias, de preferência com enforcadores, pois apresentam uma contenção melhor do que as guias comuns. E os pit bulls e Rottweiler, pela lei, precisam, além da guia, usar focinheira e estar com uma pessoa que tenha capacidade física de segurar o cachorro.
“São acidentes, imprevistos, que podem acabar acontecendo, então, você acaba se precavendo. Tomando alguns cuidados”, orientou.
Esses cuidados são importantes até mesmo para a proteção do próprio cão de grande porte. “Ele pode ser atropelado, o carro ou moto pode passar por cima do cachorro pra proteger quem está sendo atacado por ele, alguém pode atacar o cachorro com uma faca durante um ataque”.
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Isabella Maria de Campos, de 14 anos, contou que saiu no dia 3 de junho com o irmão Pedro José de Campos, de 11 anos, para passear com os dois cachorros da família. Quando estavam retornando para a casa, um pit bull e um Rottweiler apareceram para atacar seus cães.
“Ai eles começaram a pular em cima da gente, a gente começou a gritar, ficar no desespero ali. Depois, eu só sei que tudo aconteceu muito rápido, aí a gente voltou subindo, aí foi aí que percebi a dor na perna e percebi que tinha sido mordida”, relembrou.
Para Pedro, o momento mais marcante foi quando os dois cachorros chegaram para atacar seus pets. “A gente começou a gritar, a chorar e pedir socorro para quem estava ali por perto”, detalhou.
A empresária Michelle Cristina de Campos, mãe dos adolescentes e tutora dos dois cachorros que foram atacados, estava em casa quando tudo aconteceu e ouviu os gritos vindos da rua.
“[…] em menos de cinco minutos eu ouvi uma gritaria, muito barulho de carro, gente gritando, aí nisso eu falei: é alguma coisa com as crianças. Levei um susto e saí correndo, e realmente já tinha acontecido, porque foi muito rápido. Quando eu saí ao portão, já estavam os dois subindo, correndo, com um cachorro apenas, porque o outro já tinha escapado, o cachorro ensanguentando, eles chorando, gritando, foram cenas terríveis”, relatou.
Toda a situação foi gravada pelas câmeras de segurança da rua. Segundo Michelle, os tutores do pit bull não prestaram assistência. Além dos filhos dela, os dois cachorros da família também ficaram machucados.
De acordo com os tutores, eles arcaram com todos os custos e prestaram auxílio à família das vítimas.
Denise Maia, que é professora e mora no local onde tudo aconteceu, ajudou a socorrer os irmãos e seus cachorros.
“[…] eu ouvi gritos, eram gritos de socorro, de terror, não pensei duas vezes, saí correndo e me deparei com a cena do cão atacando as crianças e outros cães. Eu corri, tentei entender o que poderia fazer. Grudei no pit bull, o outro vizinho já estava segurando o Rottweiler. Eu gritei pra minha filha: corre, corre, leva pra casa, eu não consegui segurar muito, ele [pit bull] me jogou pra trás, eu caí pra trás, e ele escapou. […] E nosso receio é que a gente mora em uma rua que tem escola, tinha muita criança subindo, né. É uma alerta pra quem tem cães”.
Sol de Souza Ferreira é empresária e relatou que foi atacada por um dos cães no dia 24 de dezembro de 2024, no bairro e também registrou boletim de ocorrência.
“Decidi sair com os meus cachorros pra passear, a gente foi surpreendida por um grande Rottweiler , ele chegou rosnando, latindo muito. Minha primeira reação foi puxar os cachorros pra cima, consegui tirar um dos cachorros do alcance dele, mas o outro, a Chiara, infelizmente ele conseguiu pegar”.
A empresária disse que se jogou em cima do Rottweiler que virou o rosto para ela e mordeu sua mão. Neste momento, um rapaz que passava pela rua segurou o animal pelas pernas e puxou ele para trás, para que Sol conseguisse salvar Chiara.
“[…] Ela [Chiara] passou por três cirurgias, eu também tive que tomar medicação, foi um trauma pro resto da vida”.
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“Pelo próprio porte do cachorro, um cachorro de 50 quilos brincando com um cachorro de 3 quilos ou com uma criança é diferente de um cachorro de 10 quilos brincando. Ele pode acabar machucando essa criança, mesmo sem intenção. Então, esse cuidado com cachorro de grande porte, principalmente quando ele tem tendência à agressividade, que tem raças que têm uma tendência em ser mais agressivos, exigem um cuidado maior, principalmente se ficar dentro de casa”.
Os cuidados com esse tipo de raça incluem uma atenção maior ao portão da casa onde o animal vive, uma vez que ele pode aproveitar que o portão abriu para o carro sair e fugir.
“Então, ter um portão antes, por exemplo, ou um adestramento para esse cachorro não sair pelo portão”, contou a veterinária.
Athilla mencionou que, na hora do passeio, esses cachorros precisam usar guias, de preferência com enforcadores, pois apresentam uma contenção melhor do que as guias comuns. E os pit bulls e Rottweiler, pela lei, precisam, além da guia, usar focinheira e estar com uma pessoa que tenha capacidade física de segurar o cachorro.
“São acidentes, imprevistos, que podem acabar acontecendo, então, você acaba se precavendo. Tomando alguns cuidados”, orientou.
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