‘F1: O filme’ empolga até quem não curte Fórmula 1 com ação e tensão filmadas com maestria; g1 já viu
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‘F1: O filme’ empolga até quem não curte Fórmula 1 com ação e tensão filmadas com maestria; g1 já viu

Filme estrelado por Brad Pitt estreia nesta quinta-feira (26). Obra supera clichês e roteiro instável com ação eletrizante e direção afiada de Joseph Kosinski. Faça um favor a si mesmo e veja “F1: O filme” no cinema.
Pode ser a mais nova tentativa desesperada de fazer americanos se apaixonarem pela Fórmula 1? Sim. E daí? Pode ser uma versão sobre rodas de “Top Gun: Maverick” (2022), com quem compartilha o diretor/roteirista Joseph Kosinski? Sim. E daí? Pode ser previsível toda vida e um tanto mais longo do que deveria? Sim. E daí?
A grande estreia desta quinta-feira (26) supera todos esses problemas mais gritantes com o carisma de um elenco afiado e corridas filmadas com maestria.
De fato, Kosinski se consolida como um dos mais talentosos diretores de ação dos últimos anos – se não o melhor.
Sua direção coloca o público dentro dos carros a mais de 300 km/h e cala o cinema lotado com uma tensão construída a cada curva – por mais que todo mundo saiba quem vai cruzar a linha de chegada.
Porque a história parece tirada de um manual de roteiro dos anos 1980, e o ritmo é instável como um grande prêmio sob um céu carregado. Nada disso importa.
“F1” pode não ser um filme que entrará para a história como um dos melhores dos últimos anos, mas com certeza é a obra perfeita para levar pessoas – e não apenas fãs de Fórmula 1 – aos cinemas.
“F1” estrelado por Brad Pitt ganha trailer; assista 
A volta do que nunca foi
No filme, o piloto veterano e desacreditado interpretado por Brad Pitt é a última esperança de uma equipe azarona para conseguir sua primeira vitória na principal categoria de automobilismo do mundo – sob o risco de ser vendida caso o plano não dê certo.
No meio do caminho, ele precisa lidar com um colega genioso e promissor (Damson Idris), uma engenheira durona, porém linda e empática (Kerry Condon) e seu amigo de longa data, que por acaso também é dono do time (Javier Bardem).
O roteiro assinado por Kosinski e Ehren Kruger (um dos cinco escritores de “Maverick”) não tem lá muita lógica, ou talvez faça sentido só para quem acompanha Fórmula 1, mas o público geral não precisa se preocupar.
Essa história padrão de superação que mistura o retorno da antiga promessa que nunca se concretizou com o veterano turrão que vai ensinar uma valiosa lição para jovens arrogantes serve como uma boa desculpa para as corridas incríveis, sustentada pela química notável do quarteto principal.
Afinal, quando a maior dúvida oficial do roteiro é “por que você corre?” – e do público é “como exatamente UMA vitória vai salvar uma equipe à beira da falência?” –, tanto diretor e elenco quanto espectadores podem dedicar sua energia à ação.
Cena de ‘F1: o filme’
Divulgação
Lugar de corrida é no cinema
Ação é algo “F1” entrega. E prova muito bem que tiros, explosões grandiosas ou lutas com coreografias elaboradas não são obrigatórios no gênero.
Desde o criminalmente subestimado “Rush: No limite da emoção” (2013) não se via competições automobilísticas tão bem representadas no cinema (a série “Senna” chegou perto e, com alguma sorte, pode recuperar a atenção do mundo com o possível sucesso de “F1”).
Sempre ao lado dos pilotos, a câmera de Kosinski reproduz as trepidações da pista, os diferentes efeitos de cada tipo de pneu e a suposta mudança aerodinâmica que dá a Pitt e seu colega/rival uma chance de entrar na disputa.
Até por isso, o filme praticamente cobra um bom sistema de som, que consiga recriar o barulho dos motores e aumentar o contraste com os silêncios bem empregados pelo diretor.
A narração que por algum motivo acompanha desde o começo os dois últimos colocados na linha de largada por vezes atrapalha a imersão, e as teimosias cheias de clichê dos personagens quase botam tudo a perder – na trama e/ou o filme em si –, mas “F1” em pouco tempo mostra por que o cinema nunca vai deixar de existir.
Javier Bardem e Brad Pitt em cena de ‘F1: O filme’
Divulgação
Cartela resenha crítica g1
g1

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