Insegurança, revolta’, diz pai de menina de 2 anos após justiça soltar médica suspeita de atacar família com spray de pimenta
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Insegurança, revolta’, diz pai de menina de 2 anos após justiça soltar médica suspeita de atacar família com spray de pimenta

Ataque aconteceu durante uma missa da Catedral Nossa Senhora do Desterro, em Jundiaí (SP), no domingo (22). Mulher de 41 anos suspeita de ter atacado a família foi presa em flagrante, mas recebeu liberdade provisória pela Justiça. Criança de dois anos ficou com queimaduras nos lábios e seus pais com outras reações alérgicas, após serem atigidos por spray de pimenta durante missa em Jundiaí (SP)
Arquivo pessoal
O pai da menina de dois anos que foi atacada com spray de pimenta por uma médica durante uma missa em Jundiaí (SP) disse que a família está apreensiva após a mulher ser solta pela Justiça.
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Conforme o boletim de ocorrência, Livia Maria Ponzoni de Abreu, de 41 anos, teria se irritado com o barulho que a filha do casal estava fazendo durante a celebração religiosa. Por este motivo, ela usou o spray contra a menina, a mãe e o pai dela. Outras pessoas que estavam na igreja também tiveram mal-estar ao entrar em contato com o produto químico.
Após ser presa, a médica pagou uma fiança depois da audiência de custódia e foi solta na segunda-feira (23). O spray utilizado por ela não pode ser vendido no Brasil, de acordo com a Guarda Civil Municipal (GCM). A TV TEM tenta contato com a defesa da médica, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Ao g1, o pai da menina, que preferiu não se identificar, disse que ele e a família não costumavam frequentar missas na Catedral Nossa Senhora do Desterro, e que começaram a participar das celebrações recentemente. Ele também diz que não conheciam a mulher e nunca a haviam visto.
“O sentimento é de apreensão, pois não sabemos se ela estava visando nossa família, e de revolta pelo fato de estar solta, insegurança e medo também. Também estamos entristecidos pelos comentários de algumas pessoas que estamos vendo nos jornais, que estão repudiando nossa filha, uma criança de apenas dois anos” destacou o pai.
O caso foi registrado como lesão corporal e é investigado.
Médica que atacou família com jato de spray de pimenta não tinha autorização para ter o item, segundo a Guarda Civil de Jundiaí (SP)
Divulgação
Ataque dentro da igreja
O ataque com spray, que aconteceu na Igreja da Matriz, causou uma crise forte de tosse na criança, com vômitos e irritação nos olhos. Os pais dela também caíram no chão após a exposição ao agente químico. O gás se espalhou pela igreja e também provocou mal-estar em outros fiéis.
Após a celebração, todos saíram da igreja. A mulher entrou em um carro, sofreu represálias, foi agredida por um homem e teve o carro danificado, mas o tumulto foi contido pela GCM. Veja trechos da confusão abaixo.
Vídeo mostra confusão após ataque de médica com spray de pimenta em igreja de Jundiaí
A criança precisou ser socorrida com urgência, foi medicada e segue se recuperando, mas teve queimaduras ao redor dos lábios. O pai dela ficou com os os pulsos vermelhos e inchados devido a uma reação alérgica à substância química.
“No momento da confusão, minha esposa ficou com muito medo, pois algumas pessoas pediram várias vezes para segurar a nossa filha no colo, mas minha esposa, graças à Deus, em momento algum soltou a neném. Entendo que as pessoas queriam ajudar, mas no momento minha esposa relata ter ficado com muito medo de deixar alguém pegar ela no colo, foi um momento horrível”, descreveu o pai.
Menina de dois anos ficou com queimaduras na boca após ser atingida por spray de pimenta durante missa em Jundiaí (SP)
Arquivo pessoal
Em nota, a Diocese de Jundiaí repudiou o caso e disse que, além de causar tumulto, foi uma “agressão que constitui grave violência contra o espírito de comunhão, respeito e fraternidade” que deveria reinar nos espaços sagrados.
“A Diocese de Jundiaí expressa solidariedade às vítimas do ocorrido e reafirma seu compromisso inegociável com a não violência, a defesa da dignidade humana e a promoção da paz — princípios inalienáveis da fé cristã. Confiamos às autoridades civis a devida apuração dos fatos e a tomada das providências cabíveis, com respeito ao devido processo e à verdade”, diz o documento.
O padre Sílvio Andrei, porta-voz da Diocese de Jundiaí, informou à TV TEM que, devido uma manutenção interna, as câmeras de segurança da igreja estavam desligadas no domingo à noite e, por isso, não registraram a agressão.
“Pegou-nos todos de surpresa, tanto o padre Rafael Godoi que estava presidindo a Santa Missa, quanto todos os fiéis que estavam participando da missa. Vimos isso como algo caso isolado e, ao mesmo tempo, temos uma certa indignação porque temos que exercitar a paciência e a tolerância uns com os outros. Estamos à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento”, explicou.
Padre que celebrava missa foi até o carro da suspeita de atacar família com spray de pimenta em Jundiaí (SP)
Pop TV/Reprodução
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