Ex-BBB Isabelle Nogueira evolui no último ensaio do Garantido antes do Festival de Parintins
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Ex-BBB Isabelle Nogueira evolui no último ensaio do Garantido antes do Festival de Parintins

Participação da ex-BBB agitou o público que lotou o bumbódromo às vésperas do Festival Folclórico, um dos maiores espetáculos culturais do país. Cunhã poranga do boi Garantido, Isabelle Nogueira, durante ensaio técnico do boi Garantido.
Patrick Marques/g1 AM
A ex-BBB e cunhã-poranga do Boi Garantido, Isabelle Nogueira, marcou presença no último ensaio técnico do bumbá, realizado neste domingo (22), no bumbódromo de Parintins, no Amazonas.
De 27 a 29 de junho, o local será tomado por emoção e encantamento no duelo entre Garantido e Caprichoso. O boi vermelho e branco, do qual Isabelle é cunhã-poranga, vai defender o tema “Boi do Povo, Boi do Povão”, resgatando a memória do boi vermelho e branco, ícone da Baixa do São José.
A participação da ex-BBB agitou o público que lotou o espaço às vésperas do Festival Folclórico, um dos maiores espetáculos culturais do país.
Durante o ensaio, Isabelle mostrou desenvoltura e carisma no item que a consagrou no bumbá vermelho e branco. Ela evoluiu no momento da lenda indígena da Tapiraiauara, um dos momentos mais aguardados do espetáculo vermelho e branco.
A lenda
No Festival de Parintins deste ano, o Boi Garantido invoca o mistério da Tapiraiauara, criatura lendária das águas amazônicas, que vigia os rios com olhar feroz e alma ancestral. Nascida da fusão dos medos e encantamentos dos povos da floresta, ela carrega traços de anta e onça, misturando força bruta com astúcia selvagem.
É vista como um ser gigantesco e quimérico, com patas que nadam e orelhas que tremem à menor ameaça. Sua presença se anuncia antes mesmo que emerja, quando a água turva se agita e os olhos vermelhos brilham entre os galhos.
Segundo os antigos, essa guardiã vive nas sombras dos aningais e nas profundezas dos igarapés, afastada dos humanos — a não ser quando precisa defender os segredos da mata. Ataca sem piedade os caçadores cruéis, especialmente os que ferem fêmeas prenhas ou violam os ciclos da vida.
Dizem que ela vira canoas com o peso de um trovão, assombra os pescadores com um cheiro pútrido e cava a terra sob as árvores onde as presas tentam se esconder. Nem mesmo o topo das árvores é refúgio para quem desafia sua ira.
Mas há quem veja na Tapiraiauara mais do que terror — veem nela a força de Tupã encarnada, uma protetora dos rios e das espécies, símbolo de equilíbrio sagrado. Ao evocar essa fera ancestral, o Garantido canta não apenas a lenda, mas a luta pela preservação da Amazônia, onde o real e o mítico se confundem.
E quando o vermelho da arena se enche de fumaça e tambores, é a Tapiraiauara quem retorna — não como monstro, mas como espírito guerreiro da floresta viva.

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