Inverno 2025: Alto Tietê deve ter estação com ondas de frio e chuva
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Inverno 2025: Alto Tietê deve ter estação com ondas de frio e chuva

Inverno começa nesta sexta-feira (20), às 23h42. Meteorologista explica que com a ausência dos fenômenos “El Niño” e “La Niña” estação deve ter “cara” de inverno. Setores, como o de bares e restaurante e agricultura têm mudança por conta das baixas temperaturas. Inverno deve trazer chuvas para o Alto Tietê
Reprodução/TV Diário
Apesar do frio intenso das últimas semanas, o inverno começa somente nesta sexta-feira (20), às 23h42, e se estenderá até as 15h19, de 22 de setembro.
As massas de ar frio da nova estação devem derrubar as temperaturas e trazer chuva para o Alto Tietê. O frio impacta o cotidiano e provoca mudanças, principalmente na alimentação.
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Os restaurantes mudam o cardápio para pratos que aquecem o corpo e a alma, como os caldos e bebidas quentes.
No campo, os agricultores ficam atentos as geadas. E a paisagem das plantações muda. Isso porque muitas hortaliças não resistem as baixas temperaturas.
Frio e chuva
O meteorologista do Climatempo, Guilherme Borges explica que o inverno é caracterizado pelo clima seco, ou seja, com menos chuva. No entanto, para o Alto Tietê a expectativa é que os índices pluviométricos fiquem dentro da média ou um pouco acima.
“Há bastante frentes frias passando pelo litoral e consequentemente elas canalizam um pouco de umidade que favorece as pancadas de chuvas”.
De acordo com Borges, o inverno será dentro da normalidade, com a tendência de ser mais chuvoso em comparação aos anos anteriores. As temperaturas também devem ser as previstas para a estação.
“Muitas oscilações de frio e ondas de frio no final de junho e começo de julho. Pouca tendência de ondas de calor no inverno, condição mais chuvosa, com instabilidade e frente fria no Alto Tietê”.
As manhãs de inverno devem ser geladas, entretanto, a amplitude térmica aparece ao longo do dia. Nos próximos meses, haverá grande diferença entre as temperaturas mínimas e máximas. O que é esperado para a estação, segundo o meteorologista.
“Umidade relativa do ar deve estar mais baixa ao longo do inverno. Inverno com cara de inverno. O clima está dentro do normal, porque [esse ano] não tem o fenômeno ‘El Niño’ nem ‘La Niña’.
Alimentos no inverno
Baixas temperaturas pedem bebidas e alimentos quentes, de preferência aqueles que dão sensação de conforto. Os comerciantes do setor de alimentação precisam buscar alternativas para adequar o cardápio ao inverno e atender aos desejos dos consumidores.
Marcílio Lopes da Silva é gerente de uma padaria de Mogi das Cruzes que também oferece buffet de almoço, pratos executivos, pizzas e caldos. Ele contou que percebe um aumento de 30% no faturamento durante o inverno.
Segundo o gerente, o estabelecimento não incorpora mais opções no menu, mas a venda aumenta de modo geral. Os clientes procuram mais pelas pizzas, lanches, porções e até mesmo o tradicional pão com manteiga.
“Todos os setores agregam vendas maiores. O grande aumento é a parte de caldos, onde a gente tem o ápice de vendas no inverno”, explicou o gerente Marcílio Lopes da Silva.
Silva relatou que a casa oferece caldos o ano inteiro, no entanto no frio são vendidos cerca de 400 pratos por dia. Enquanto que no calor esse número cai para dois.
“Geralmente têm seis tipos de caldos por noite. Vai variando os sabores. Canja sempre tem todo dia […] tem também o buffet de caldos no final de semana”, detalhou.
Quem está apostando em diversidade no cardápio para atrair clientes no inverno é a Jéssica Santos que proprietária de um restaurante em Mogi das Cruzes que é especializado em poke.
Prato típico havaiano, o poke é servido com peixe cru, arroz, frutas e hortaliças. Uma opção altamente nutritiva e saudável.
Entretanto, por ser gelado não tem muita saída no inverno. Pensando nisso, Jéssica decidiu incluir tipos de pokes que são servidos mornos e não levam peixe cru.
“Normalmente, a gente trabalha somente com prato frio. Coloquei dois pratos com salmão. Um é [salmão] grelhado e acompanha shimeji, que o pessoal gosta bastante de comer no inverno, cenoura caramelizada e o arroz é quente. O outro é salmão cru, mas o tempurá é quente, com os legumes fritos. Pratos diferentes pra agregar quem pede prato quente”, detalhou Jéssica.
Opção para o inverno, poke é servido com salmão empanado, shimeji, cenoura caramelizada e arroz quente
Jéssica Santos
Segundo a proprietária, os caldos também foram incluídos no cardápio, para atrair os clientes.
“Só no inverno que a gente vai colocar. O pessoal sempre pedia: ‘Nossa, um caldinho ia bem’. Aí pensei, vou colocar. E eles estão saindo muito. O mocotó está saindo muito, o pessoal está gostando, tem cliente que vai lá toda semana só pra comer ele”.
Apesar de estarem disponíveis o ano todo no restaurante, a proprietária relatou que os pokes de camarão empanado e camarão grelhado, junto da porção de bolinho de salmão e do teppanyaki estão entre as opções mais pedidas no inverno.
Porção de camarão empanado está entre os pratos mais pedidos no inverno
Jéssica Santos
Frio e a agricultura
O frio também impacta a agricultura, o que faz produtores trocarem o tipo de cultivo, nesse período.
Produtor de hortaliças em Mogi das Cruzes, há 42 anos, Josemir Barbosa de Moraes vende a produção para o Alto Tietê, Vale do Paraíba e Grande São Paulo. Ele contou que no inverno precisa mudar os alimentos que produz por opções mais resistentes ao frio.
“Eu fico só com cebolinha para evitar prejuízos maiores. Ela aguenta [ o frio], ela só não tem um desenvolvimento elevado como em outras estações”.
Moraes só retoma a produção dos demais legumes e verduras em agosto. No inverno, ele também fica atento às doenças que o frio pode causar na plantação. “Com o tempo úmido, aparece fungo e atrapalha a planta”.
Em Suzano, o produtor Giovani Pelegrim cultiva alface, repolho, catalonha, acelga, rúcula, escarola, coentro, beterraba, cenoura, brócolis, couve-flor e milho.
Pelegrim costuma alterar a produção em março para hortaliças mais adequadas ao frio. “A gente muda a qualidade de hortaliça. No verão, eu planto uma qualidade e no inverno outra […] Mesmo a qualidade do inverno está sendo afetada devido ao frio intenso”.
Giovani relatou que prefere produzir couve, brócolis e couve-flor no frio porque elas são mais usadas no preparo de pratos quentes. Já a produção de milho, ele não cultiva neste período devido ao risco de geada.
“Tem prejuízo. Na época do frio é normal baixar o consumo e aumentar muito a quantidade dos produtos, fica sobrando e o produto fica mais barato”, mencionou.
Pelegrim precisa trocar o tipo de qualidade das hortaliças no inverno
Giovani Pelegrim
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