Relatório da PF afirma que Bolsonaro tinha conhecimento de esquema ilegal de espionagem na Abin, do qual era o principal beneficiado
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Relatório da PF afirma que Bolsonaro tinha conhecimento de esquema ilegal de espionagem na Abin, do qual era o principal beneficiado

O relatório final da Polícia Federal que investigou a existência de uma ‘Abin paralela’ foi entregue ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (17). PF entrega relatório sobre investigação da Abin paralela ao STF
A Polícia Federal entregou ao STF o relatório final sobre a investigação da chamada “Abin paralela”.
De acordo com as investigações, policiais, servidores e agentes da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, formaram uma organização criminosa para monitorar autoridades consideradas adversárias do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre elas, parlamentares, ministros do STF e jornalistas. Ainda de acordo com os investigadores, o grupo também produziu e disseminou informações falsas sobre esses alvos.
Segundo a PF, o grupo montou um esquema paralelo de espionagem, com o uso de programas da agência para invadir e rastrear — sem autorização judicial — milhares de celulares e computadores. A investigação afirma que diretores da Abin chegaram a esconder computadores, que depois foram localizados e apreendidos. O indiciamento significa que o delegado responsável pelo caso considerou que há indícios de crimes.
A lista entregue ao STF – Supremo Tribunal Federal inclui 37 nomes. Entre eles, o do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, o do ex-diretor da Abin e atual deputado federal, Alexandre Ramagem – ambos do PL – e do atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa.
No caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal considerou que há indícios do crime de organização criminosa e indicou a responsabilidade dele no relatório. Segundo a PF, ele tinha conhecimento do esquema e era o principal beneficiário. Bolsonaro já tinha sido indiciado e já é réu no STF pelo crime de organização criminosa na ação penal da tentativa de golpe.
Relatório da PF afirma que Bolsonaro tinha conhecimento de esquema ilegal de espionagem na Abin
Jornal Nacional/ Reprodução
A PF afirma que Ramagem estruturou o esquema ilegal de espionagem dentro da Abin e que Carlos Bolsonaro era o responsável por disseminar as informações obtidas ilegalmente.
Com a conclusão do inquérito, o STF vai encaminhar a investigação sobre a “Abin paralela” para a Procuradoria-Geral da República, que pode propor novas apurações. Cabe à PGR apresentar uma denúncia formal à Justiça ou arquivar o caso.
As defesas de Carlos Bolsonaro e de Alexandre Ramagem disseram que só vão se manifestar depois de analisar o relatório.
A defesa de Jair Bolsonaro não se manifestou.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com Luiz Fernando Corrêa.
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