
Centenas de e-mails, interrupções a cada 2 minutos e reuniões às 20h: pesquisa releva rotina dos trabalhadores
Pesquisa da Microsoft mostra que 40% dos profissionais já checam e-mails às 6h, 57% das reuniões não são agendadas, há até 275 interrupções diárias e a jornada ultrapassa as 22h, indicando exaustão e a necessidade de mudanças. Pesquisa revela jornada de trabalho estendendo-se além do horário comercial e até os fins de semana
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Sabe aquela sensação de que o trabalho nunca termina? Que o dia mal começou e você já está respondendo e-mail, pulando de reunião em reunião, e quando se dá conta … já são 22h? Essa é a realidade de muitos profissionais ao redor do mundo, segundo um novo relatório a Microsoft, divulgado nesta terça-feira (17).
A pesquisa, que revela uma jornada de trabalho aparentemente sem fim, estendendo-se além do horário comercial e até os fins de semana, foi baseada em sinais de produtividade de usuários dos serviços do Microsoft 365, como Outlook, Teams, Excel e PowerPoint, entre janeiro e fevereiro.
O relatório também inclui uma pesquisa global encomendada pela empresa com 31 mil profissionais do conhecimento, em 31 países, para entender a percepção dos trabalhadores sobre esse modelo exaustivo de trabalho.
Os dados revelam uma “jornada de trabalho infinita”, sem início ou término claramente definidos.
Às 6h da manhã, 40% dos usuários do Microsoft 365 já estão checando seus e-mails. E, para muitos, o expediente se prolonga até a noite: o número de reuniões iniciadas após as 20h cresceu 16% em comparação ao ano anterior.
O relatório mostra ainda que o trabalhador médio envia ou recebe mais de 50 mensagens fora do horário comercial, e quase um terço dos profissionais continua ativo às 22h.
O dia a dia também é marcado por excesso de informações e falta de organização. Cada profissional recebe, em média, 117 e-mails por dia, muitos deles enviados em massa, com mais de 20 destinatários e pouco valor prático.
Além disso, 57% das reuniões acontecem sem agendamento prévio no calendário, e uma em cada dez é marcada em cima da hora.
Como consequência, o foco se dispersa. Segundo a Microsoft, os funcionários são interrompidos a cada dois minutos por e-mails, mensagens ou convites para reuniões — totalizando, em média, 275 interrupções diárias.
Além da quantidade, a desorganização também é um problema, segundo o relatório. Os períodos mais produtivos do dia, como o fim da manhã e o início da tarde, são ocupados por reuniões e trocas de mensagens.
Nos dez minutos que antecedem uma reunião, as edições em apresentações do PowerPoint aumentam 122%, o que os autores do estudo comparam a “estudar na véspera da prova”.
Essa pressão tem efeitos concretos. Segundo a pesquisa encomendada pela Microsoft, 54% dos trabalhadores se sentem sobrecarregados e 39% relatam estar exaustos.
Apesar disso, 85% afirmam que sua produtividade se manteve ou até aumentou — um sinal de que, mesmo com o desgaste, as entregas continuam acontecendo, muitas vezes em detrimento do bem-estar.
Os profissionais também expressam frustração com a falta de clareza nas prioridades e a distância em relação à liderança. No Brasil, por exemplo, 73% dos gestores afirmam querer mudar o ritmo de trabalho, mas não se sentem com autonomia para isso.
A Microsoft propõe mudanças na organização do trabalho. A empresa defende o uso estratégico da inteligência artificial para automatizar tarefas repetitivas e liberar tempo para atividades mais relevantes. Também sugere substituir estruturas rígidas por equipes enxutas, com metas claras e apoio de agentes de IA sob demanda.
Para os autores do relatório, o problema não é o excesso de trabalho, mas a falta de organização. A jornada infinita, afirmam, só será superada quando o foco deixar de ser a quantidade de tarefas realizadas e passar a ser o impacto gerado.
Por que tantos profissionais preferem se demitir a deixar o home office?
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Sabe aquela sensação de que o trabalho nunca termina? Que o dia mal começou e você já está respondendo e-mail, pulando de reunião em reunião, e quando se dá conta … já são 22h? Essa é a realidade de muitos profissionais ao redor do mundo, segundo um novo relatório a Microsoft, divulgado nesta terça-feira (17).
A pesquisa, que revela uma jornada de trabalho aparentemente sem fim, estendendo-se além do horário comercial e até os fins de semana, foi baseada em sinais de produtividade de usuários dos serviços do Microsoft 365, como Outlook, Teams, Excel e PowerPoint, entre janeiro e fevereiro.
O relatório também inclui uma pesquisa global encomendada pela empresa com 31 mil profissionais do conhecimento, em 31 países, para entender a percepção dos trabalhadores sobre esse modelo exaustivo de trabalho.
Os dados revelam uma “jornada de trabalho infinita”, sem início ou término claramente definidos.
Às 6h da manhã, 40% dos usuários do Microsoft 365 já estão checando seus e-mails. E, para muitos, o expediente se prolonga até a noite: o número de reuniões iniciadas após as 20h cresceu 16% em comparação ao ano anterior.
O relatório mostra ainda que o trabalhador médio envia ou recebe mais de 50 mensagens fora do horário comercial, e quase um terço dos profissionais continua ativo às 22h.
O dia a dia também é marcado por excesso de informações e falta de organização. Cada profissional recebe, em média, 117 e-mails por dia, muitos deles enviados em massa, com mais de 20 destinatários e pouco valor prático.
Além disso, 57% das reuniões acontecem sem agendamento prévio no calendário, e uma em cada dez é marcada em cima da hora.
Como consequência, o foco se dispersa. Segundo a Microsoft, os funcionários são interrompidos a cada dois minutos por e-mails, mensagens ou convites para reuniões — totalizando, em média, 275 interrupções diárias.
Além da quantidade, a desorganização também é um problema, segundo o relatório. Os períodos mais produtivos do dia, como o fim da manhã e o início da tarde, são ocupados por reuniões e trocas de mensagens.
Nos dez minutos que antecedem uma reunião, as edições em apresentações do PowerPoint aumentam 122%, o que os autores do estudo comparam a “estudar na véspera da prova”.
Essa pressão tem efeitos concretos. Segundo a pesquisa encomendada pela Microsoft, 54% dos trabalhadores se sentem sobrecarregados e 39% relatam estar exaustos.
Apesar disso, 85% afirmam que sua produtividade se manteve ou até aumentou — um sinal de que, mesmo com o desgaste, as entregas continuam acontecendo, muitas vezes em detrimento do bem-estar.
Os profissionais também expressam frustração com a falta de clareza nas prioridades e a distância em relação à liderança. No Brasil, por exemplo, 73% dos gestores afirmam querer mudar o ritmo de trabalho, mas não se sentem com autonomia para isso.
A Microsoft propõe mudanças na organização do trabalho. A empresa defende o uso estratégico da inteligência artificial para automatizar tarefas repetitivas e liberar tempo para atividades mais relevantes. Também sugere substituir estruturas rígidas por equipes enxutas, com metas claras e apoio de agentes de IA sob demanda.
Para os autores do relatório, o problema não é o excesso de trabalho, mas a falta de organização. A jornada infinita, afirmam, só será superada quando o foco deixar de ser a quantidade de tarefas realizadas e passar a ser o impacto gerado.
Por que tantos profissionais preferem se demitir a deixar o home office?